quarta-feira, 30 de março de 2011

Gosto dos que me encostam à parede...

...e tu és um deles. 
Gosto quando no meio de tanta gente avanças na minha direcção e te perdes nos meus olhos. Gosto quando me procuras por toda a cidade, e quando me encontras me agarras e me beijas. Gosto quando me dizes não aquilo que eu quero ouvir, mas aquilo que tu queres dizer. Gosto quando me roubas um beijo escondido, desleal e sem compromisso. Gosto quando me despes com os olhos e que me encostes à parede e me faças esquecer todas as dúvidas que me assolam desde o primeiro momento que te vi.
Gosto quando as tuas roupas ficam espalhadas no meu chão, gosto quando me trazes o pequeno almoço à cama e me dizes "gosto muito de ti".
Mas sabes o que te falta? Coragem, e essa meu caro é fulcral para quem como tu me encosta tão bem à parede.

quarta-feira, 23 de março de 2011

O Kadafi já nos tinha avisado...


PEC chumbado demissão à vista

O Norte é autenticidade

Primeiro, as verdades. O Norte é mais Português que Portugal. As minhotas são as raparigas mais bonitas do País. O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela. As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.
Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca. Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas. Mais verdades. No Norte a comida é melhor. O vinho é melhor. O serviço é melhor. Os preços são mais baixos. Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia. Estas são as verdades do Norte de Portugal. Mas há uma verdade maior. É que só o Norte existe. O Sul não existe. As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta. Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte. No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista? No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.
Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país. Não haja enganos. Não falam do Norte para separá-lo de Portugal. Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal. Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal. Mas o Norte é onde Portugal começa. Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo. Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte. Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa. Mais ou menos peninsular, ou insular. É esta a verdade. Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma
cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte.
Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.
No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa. O Norte cheira a dinheiro e a alecrim. O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade. Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.
O Norte é feminino. O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso. As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos. Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito.
Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas. São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem.
As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente. Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial. Só descomposturas, e mimos, e carinhos. O Norte é a nossa verdade. Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores.
Depois percebi. Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte". Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo.
Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente. No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima.
Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita. O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os-Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.
O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?

Texto de Miguel Esteves Cardoso

terça-feira, 15 de março de 2011

Promises

No domingo foi assim... tão bom!



Just promise you will remember
Promises last forever
Sometimes you just have to walk away

sábado, 12 de março de 2011

Fez-se Luz!


Ontem à noite no Piolho a discussão já antecipava que a adesão ia ser grande, mas 80 mil pessoas nunca passou pela cabeça de ninguém.

Vieram filhos, pais e netos, velhos e novos, estudantes, trabalhadores, desempregados e reformados,  todos deram a cara pelos seus erros e com muita vontade de mudar o mundo. Contra a precariedade, o desemprego, as actuais medidas politicas. 
Verificou-se que a manifestação dos jovens, a chamada Geração à Rasca, passou a ser de todos.  A Rua foi nossa, muitos emocionaram-se, ouviram-se palavras de ordem, desabafos à muito contidos, cantou-se o hino português com mais garra que os nossos Lobos. Agora é tempo de reflexão, de combater nas urnas, de mudar o nosso país.

Hoje tive orgulho de ser Portuguesa, como eu gosto de gente combativa, que não fica em casa à espera que as coisas mudem!

Já agora eu trabalho desde os 18 anos, estudei numa faculdade pública e os meus pais só me pagaram as propinas no último ano, sai de casa dos meus pais aos 25 anos e estou efectiva, mas não foi por isso que deixei de me manifestar. Fui para a rua por não concordar com o actual estado do país e por solidariedade com muitos amigos e colegas que continuam com as vidas suspensas devido à falta de trabalho. 
Supreende-me que muita gente na blogsfera ache mais piada aos posts sobre a Moda Lisboa do que sobre uma manifestação como há muito tempo não se via em Portugal....mas isto sou eu que prefiro politica a sapatos.






quarta-feira, 9 de março de 2011

.....

Acabo de saber que uma antiga paixoneta vai casar, ser pai e lançar-se profissionalmente no mundo da música....não sei se ria, não sei se chore...

terça-feira, 8 de março de 2011

O Poder

Desde o ano passado que a minha prepectiva de vida mudou.
Aprendi da forma mais dura que ás vezes não conseguimos aquilo que mais queremos, ouvi várias vezes a palavra não e tudo isso fez com que o ano de  2010 fosse crucial na minha vida.

Desde muito nova que a minha familia sempre me viu como a miúda certinha que não dava problemas. Boas notas, trabalhadora, bem educada, namoradao certinho e sempre com uma palavra querida para com todos.

Mas no último ano as coisas mudaram, comecei a dar valor a quem realmente me interessava, a mim mesma. E com isso comecei a usar a palavra não muitas vezes.
A pessoa que mais sofreu com isso foi a minha mãe. Apesar das nossas discussões nunca a tinha afrontado, nunca tinha ido contra os ideias dela, nunca lhe tinha virado a cara. Mas as coisas mudaram, a minha mãe tomou um rumo de vida que eu não concordo, e em vez de fazer de conta que estava tudo bem disse-lhe na cara o que muita gente queria dizer e não teve coragem.
Como consequência houve um afastamento natural. Já não falamos todos os dias, só vou a casa dela almoçar ao Domingo, e nem todos, já não lhe conto tudo o que se passa na minha vida, e tenho a restante familia a comentar nas minhas costas que mudei muito.

E agora penso isso é mau, um dia mais tarde vou-me arrepender? Não sei, mas de momento sinto que estou feliz, afastei-me de quem me fazia infeliz e aprendi a dizer NÃO e sabe tão bem!

domingo, 6 de março de 2011

Uma música por dia #1

Só para ti

Um dia quando vieres cá parar, assim ao engano, como foste para à minha vida, vais descobrir que só decidi ter um blog por tua causa.

Como por engano vais descobrir que foi naquela noite em que me ofereceste uma bebida, e apesar de eu estar acompanhada e tu também, fixaste a tua mão nas minhas costas, e durante esse minuto, não ouvi mais nada, tudo parou.

Falaste ao meu ouvido porque a música estava alta, não me deste a mão, mas a tua mão percorreu as minhas costas.